"By Thaís Medeiros"
ֱֶָֹֹּεϊЗ عΐз εϊзֱֶֶֹֹּּ

Saiba Mais!

**Olá meu nome é Thaís e gosto de escrever estorias, não sei se posso ser chamada de escritora, (isso vocês decidirão) mas eu vou tentar, estarei sempre postando a continuação da estoria como uma novela, mas em forma de livro, conto com a ajuda de vocês para que isso dê certo, envie opiniões sobre o rumo da história. Agradeço desde já sua colaboração! *.*

BzU e boa leitura.

*Lívia i Theago*

*Lívia i Theago*
٭♥''..e sempre que eu te deixar estarei pronto para te-la novamente.''♥٭

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

apenas escrevi

Sempre que te vejo, meu coração irradia minha felicidade por lhe ver..
Meu sorriso me convence que só irá aparecer se for pra encontrar com o seu..
Meu dia se torna ganho, e tudo fica radiante, juntamente com as cores que ficam vibrantes
É uma coisa boa, é uma delicadeza.. como a pétala de uma orquídea..
Você talvez não saiba, da falta que me faz ter dias radiantes..
Você talvez não saiba o quanto é difícil não ser como talvez você sonhasse..
Talvez você não saiba o quanto você é admirável.. e o quanto penso em ti..
Talvez não saiba o quanto custa ignorar ou gelar, como quando um grão de neve cai em um rosto, quando o frio queima a pele.. te gelar dooi.. 
Mas lutar contra isso faria com que tudo piorasse..
Mas a vida vem trazendo assim como o vento trás as folhas, verdades que eu não quis saber..
Às vezes um passarinho tem que voar, para que o outro seja feliz..
Não saberia dizer o que é melhor pra você, mas talvez esse passarinho não seja o suficiente..
Talvez ele seja tudo, menos o que você queria.
Outro passarinho pode te preencher e transbordar o que você já tem de bom.. outro mais igual a você..
Sou apenas um passarinho, que quebrou suas asas por pura falta de cuidado..
Sou apenas um passarinho que não sabe fazer nada.. e quando tenta.. se atrapalha..
Não há céu sem estrelas, e elas hão de brilhar.. olhar elas brilharem seria como encontrar um oásis,
Seria um porto seguro, onde segurar as mãos não é errado.. e estar aqui não é poético..
Nem sempre o que a alma diz, é poético.. mas a alma é um poeta mudo..
Afeta minha vida, muda meu jeito de ver as coisas, mas nunca mude o seu..
Talvez nada em mim seja interessante.. assim como as estrelas perdem seu brilho..
Como quando, vemos que não há só nós, quando isso inclui muitos..
Sentir assim, sentir algo, talvez não tenha a mesma importância..
Talvez ela seja uma boba que depois de tudo não sabe o que é o amor..
 Não sabe o que é a poesia, não sabe que um dia tudo vai acabar..
E que isso já não mais vai existir... tudo  passara.. e o vento que trouxe as verdades, trará apenas lembranças de dias radiantes, que nunca mais voltarão..
E as lagrimas um dia, irá secar por não ter mais forças de serem derramadas..
Talvez a alma se recupere.. talvez .. mas as lembranças trazidas pelo vendaval.. estarão gritantes em seus ouvidos.. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Capitulo:2 - Uma grande família acolhedora

Eu estava dormindo durante a tarde de 26 de Julho, lá fora estava um tempo meio fechado, como sempre; no bairro onde eu morava, eu não tinha nenhuma amiga, por que todas eram ricas e as mães delas não queriam saber de suas filhas tendo amizade com derrotadas como eu e minha mãe, quando era pequena tive várias amigas Ana, Joana, Maria, Jandira; todas nós éramos muito unidas, mas com o tempo algumas se mudaram e outras as mães cortaram nossos contatos, era muito triste não ter amizades, mais eu sobrevivi nesta época, minha mãe supria toda essa falta, éramos coladas; então naquela hora não havia nada para fazer, e brincar com bonecas já não me entretia mais, por isso dormir era uma ótima escolha.

De repente eu ouvi minha mãe me acordando no sofá “Que foi mãe?”

Mamãe tinha saído há algum tempo para acertar alguns detalhes de nossa viajem, mas antes de ir ela estava calma, e agora ela parecia incomodada e nervosa.

“Filha, não há mais tempo, temos de ir!”

“O que? Por quê?” Assustada me levantei com tudo do sofá

“Eles já sabem, eles estão vindo, temos que ir, antes que não de mais tempo! Arrume suas coisas, rápido!” Ela disse me empurrando para eu agir.

“Ta, ok, ok!” Eu estava meio confusa, mas depois que estivéssemos algum tempo, eu poderia pedir por alguma explicação mais detalhada.

Chegando ao meu quarto, não havia muito que arrumar, minhas roupas estavam dobradas no chão, do lado do meu coxão, peguei todas elas, eram poucas, então as coloquei dentro de minha bolsa, peguei minhas fitas de cabelo e amarrei uma delas em meu pulso.

E então minha mãe começou a gritar da parte de baixo da casa. “Vamos Lívia, não há tempo!”

Nisso eu dei um pulo para trás, mas rapidamente peguei a bolsa, corri até a porta, mas quando cheguei à porta, eu travei; fiquei olhando meu quarto, num gosto de despedida; mas derrepente eu ouvi minha mãe bater a porta da cozinha lá em baixo, num outro pulo eu acordei e fui correndo pra junto dela que estava me esperando impacientemente na porta da sala, sem falar nada ela me agarrou a mão e saímos de casa e ela nem trancou a porta. Ela me levava apressadamente pelo braço, e eu não entendia muitas coisas ainda, então andamos, andamos, andamos, passamos pela praça e pela avenida principal e chegamos a uma estrada que levava a outras cidades. Eu nunca havia saído de Dryden que é no Estado de Ontário no Canadá, e nem sabia o que tinha depois de lá, mas lá estávamos nós saindo de á pé da cidade.

“Mamãe por que não pegamos o trem?”

“Porque ia dar muito na vista, se fizéssemos isto”

“Ow!.. estamos fugindo então?”

“È... mais ou menos”

“Como assim?”

“Nossos móveis pertenciam ao Banco também, e de alguma forma eles ficaram sabendo que nós vendemos tudo.”

“E como você sabe se eles sabem?”

“Quando sai esta tarde, eu fui ver se comprava passagens de trem para nós e meu Padrinho, o senhor Guilhermino sabe?

“Sei o senhorzinho que vende as passagens, o que tem ele? Ele é quem falo pro banco? Seu padrinho de casamento te entregou?”

“Pare Lívia, não, não tomes suas conclusões antes que eu fale”.

“Então me conte.”

“Ok, ele me falo que o Senhor Agnaldo esteve lá perguntando se nós tínhamos comprado alguma passagem, e o Guilhermino o indagou no porque ele estava querendo saber disso, se ele sabe que nós não temos nem aonde cair mortas, e o Agnaldo falou que ele tinha ouvido rumores de que nós estávamos vendendo os móveis que pertencem ao Banco, e constatou que nós iríamos fugir com este dinheiro; ai eu agradeci o senhor Guilhermino por ter me dito isso e nem comprei as passagens, ai pensei vou a um café para dizer que eu não fui lá para comprar a passagem, e sim que só fui para dizer um oi ao meu padrinho, ai eu fui ao café, sentei, pedi um café e umas rosquinhas; eu estava relaxada e derrepente do nada, me aparece o Agnaldo...”

“O que o Agnaldo, mamãe meu Deus e como ele te deixou ir embora?”

“Deixe-me terminar, ai ele veio e sentou-se comigo e começou a falar que estava me procurando e eu me mantive quieta e deixei-o falar, ai ele falou que ele iria dar a nós um tempo, uns 30 minutos para que saíssemos de casa e só levássemos o dinheiro que conseguimos vendendo nossas coisas.”

“Então ele nos acobertou?”

“De certa forma, sim”

“Mais e ai tu fostes embora, e ele deixou assim do nada?”

“É... ele nos deu 30 minutos para sumirmos; e depois ele foi iria junto com seus agentes nos cobrar a divida pegar nosso único dinheirinho que conseguimos com a venda, mas como não estávamos lá talvez eles perdoem nossas dividas e não vá atrás da gente. Sabe Líli ele é um bom homem.

“Pois é mãe estou surpresa que ele não nos entregou logo de cara.”

“Pois é... ele era muito amigo de seu pai, na verdade foi ele quem nos apresentou.”

“Serio Mãe!... Como foi isso?”

“Foi perfeito Líli, eu estava com minha falecida tia Ifigênia, estávamos andando na rua, quando o Agnaldo que já era conhecido de minha tia nos parou para conversar, ai em quanto o andávamos nos acompanhava, ai ouvimos gritos perto de onde estávamos e fomos ver o que era, e era seu pai, batendo em um homem, o homem era um assaltante que estava roubando uma senhorinha, e ele viu que ela senhorinha gritava freneticamente “ladrão, ladrão” e o doido foi defender ela, ele acabou com o ladrão, e o Agnaldo foi lá falar com ele, ai ele perguntou para o Agnaldo quem era a moça que estava com ele, e então ele nos apresentou; aiai... ele era um cavalheiro mesmo!; sabe filha ele não falava por meio de cartas, nem por versinhos, sei que isso é romântico de uma certa forma, mas quando ele me olhava nos olhos o chão sumia, e tudo o que havia ao meu redor não existia, éramos só eu e ele, ele me hipnotizava somente com seu olhar, ai quando ele falava, eu simplesmente, me derretia com sua voz, outros me mandavam bilhetinhos e cartinhas ou mandavam seu amigos falarem por eles, mais isso não me parece ser certo, isso parece que a pessoa tem vergonha de você, que a pessoa não quer de ser vista com você, ou até mesmo que ela não se importa com sua reação, mas ele se importava ele me amava de verdade e eu o amava muito.” Depois de tudo isso olhou para baixo onde seus pés caminhavam, e fez uma cara de choro.

Mais do que depressa eu a disse “Mamãe não fique assim, por favor, eu também a amo, e muito ta.”

Com sua cara ainda triste, “Você é a única razão de eu ainda estar aqui.” Ela parou de repente de caminhar e se virou bruscamente me agarrando pelos ombros “Prometa-me Lívia Hill Taylor, que você vai encontrar um amor e vai ser feliz com ele, e que nada, nada mesmo, vai separar vocês, e nem mesmo a morte, possa separá-los como ela fez comigo e com o Luigi.” Ela disse com os olhos vidrados nos meus.

Eu confusa “Nossa mamãe a morte, como, num existe meios de te prometer isso”.

E ela nervosa “Não me interessa, prometa, vamos prometa.” E me sacudia em suas mãos.

Quase forçadamente “Ow ...ok, eu ...euu” franzi as sobrancelhas em um gesto de confusão “Prometo, prometo sim mamãe, mais isso vai demorar muito ainda sabe, não conheço muitos garotos.”eu tentei a descontrair um pouco, para ver se ela me soltava, e funcionou.

Aos poucos ela me soltou e deu-me um largo sorriso de quem estava satisfeita, então continuamos a caminhar, desde então não nos falamos mais a cerca de quase uma hora depois, uma carroça vinha vindo a traz de nós, minha mãe me olhou e viu que eu estava preocupada com a nova companhia.

Então adivinhado meus pensamentos “Não é o pessoal do Banco, nem a polícia meu amor.”

“Uffa!, mas quem será que é”

“Não sei, espere e veremos”

Enquanto isso a carroça se aproximou e nela havia 2 pessoas e um menino segurando porquinho; era um homem de aparência cansada, tinha cicatrizes em seu rosto e suas mãos eram grosseiras, ele tinha os olhos cor de mel e um nariz de batata, ele usava um chapéu feito de palha e roupas surradas; e a outra pessoa era uma mulher, ela tinha um cabelo bem cacheado mais estava meio preso, meio solto e armado e ela era morena tinha os olhos pretos e a boca carnuda, ela estava usando um vestido que parecia ser do século 15, ela tinha a mesma aparência cansada do outro e suas mãos eram grosseiras como as dele; e o menino do porquinho era bem pequeno; apesar de eu achar que ele deveria ter uns 10 anos, mas seu tamanho era de um menino de 6 anos, mas ele era bonito, moreninho de cabelo enroladinho, seus olhos eram pretos e seu nariz era batatinha, sua boca era carnuda e seus dentes eram muito brancos, mas as roupas eram até curtas para ele e eram velhas também; sem falar de sua carroça que era espaçosa, mas parecia estar velha caindo aos pedaços e era puxada por um cavalinho que parecia mais com uma mistura de pangaré que cruzou com um jegue.

Enfim fomos paradas por eles.

A mulher nos perguntou “Pronde é que oceis tão ino uai?

O homem disse “Seis num tem medo não di anda pra essas estrada, diz pra ondi oceis tão ino qui nois da uma carona pro ceis, soh!”

Mamãe os disse “Estamos indo para qualquer lugar longe daqui!.

E o homem disse “Entãossis a Dona ta cum sorte perque nois vamo inu visita a parentada da minha esposa que mora longe, longe, ai u ceis pode vi com a gente, num pode Agustina? Num pode?”

Ela responde a ele “Ora podi sim meu veio, manda elas subi aqui qui nois aperta aqui mais da cerrrto viu! E ela sorri, mostrando ser a simpatia em pessoa.

Então o homem estendeu sua mão oferecendo sua carona de carroça a mim e a minha mãe, e a mulher Agustina ofereceu sua mão para ajudar minha mãe a subir.

Mamãe deu um largo sorriso de gratidão e se apoiou nas mãos da Dona Agustina, e logo depois de minha mãe ter subido e sentado, a Agustina olhou de volta para mim e disse “minina senta la traiz cum o Cremente e o Tino.” Eu fui a traz da carroça e o menino me estendeu uma mão e a outra ele segurava o porco, e eu fiquei pensando quem se chamava Clemente e quem se chamava Tino, ai eu subi e me sentei ao seu lado.E ele me olhou, olhou minha roupas e minha pequena bolsa.

Ele me perguntou “U qui ocê tem ai?” e apontou em direção a minha bolsa.

Fiz cara de poucos amigos “nada em especial, hum você é Tino certo?”

Ele em um segundo me olhou com raiva, mas depois baixou a guarda “Não! eu so o Cremente” e apontou para o porco “este é o Tino” Depois com cara de curioso “Mas e ocê, como ocê chama?”

“Lívia” eu disse e fechei a cara, para ver se ele parava de conversar comigo; e funcionou! Minha mãe também estava meio calada, só respondendo o que lhe perguntavam; já devia ser altas horas da noite e o sono estava me batendo, mas eu ouvi um pouco do que o homem estava falando na frente antes de eu adormecer, ele falou que nós iríamos passar a noite viajando e que talvez ao meio dia de amanhã, estaríamos na cidade

Acordei com o sol em meus olhos, e um cheiro de esterco fresco ao meu lado, me sentei e olhei para o pangajegue e fiquei enojada, me deu um embrulho no estômago; olhei em volta e estávamos parados e só tinha eu na carroça, agitada, confusa e preocupada, sai num pulo da carroça e gritei, “...mããe, ...mããe ... ”

O local onde estávamos era muito estranho, a carroça estava parada ao lado de um cercadinho de madeira, e do lado do cercadinho tinha um pequeno portão de madeira também; mas atrás dele não havia mais nada somente mato, até onde minha vista se perdia que era numa montanha não muito distante da onde eu estava. E do meu lado de trás havia uma floresta bem fechada, e em um dos lados tinha a estrada e no outro lado ela tinha acabado no cercadinho que se estendia até muito longe.

Mas então onde é que todos estavam, será que algo aconteceu a eles?

Será que eles me abandonaram? Mas por que iriam me abandonar com o pangajegue? Nada parecia fazer sentido.

Até que ouvi um barulho vindo da floresta, seria um bicho? Seria este o meu fim, ser comida por um tigre ou um jaguar... Não na verdade, era minha mãe saindo da floresta, desgrenhando as árvores com um facão; fiquei meio em choque de ver que ela sabia usar um facão!Mas além do facão ela trazia também, um balde cheio d’água.

“Mamiiimãe?!”

“Sim sou eu, sua boba, agora me ajude com isso”. Eu fui até ela e agarrei no balde em uma das minhas mãos, e transferi um pouco do peso da água para mim; levamos até o pangajegue e ele tomou freneticamente a água e eu o invejei, e só ai eu percebi o quanto eu estava com sede e com fome. Mamãe, eu acho que também percebeu.

“Vamos, venha comigo”

“Mãe nós chegamos? Porque paramos aqui?”

“Aqui é um atalho que o Senhor Jorgino pegou por causa do Clemente”

Confusão passou por minha cabeça “Por quê? O que aconteceu com o Clemente?”

“Ele caiu da carroça durante a noite, você não deve ter visto porque estava dormindo.”

“Nossa Mãe, e ele se machucou? Ele está bem?”

“Sim ele se machucou e sim ele está melhor”

Depois disso, ela se virou e foi para a floresta novamente, então eu a segui. Passamos por varias teias de aranhas, e também tinham muitos bichos e se assustavam com a nossa invasão. Andamos por uma meia hora, e de repente acabou a floresta e havia um campo florido e no fundo uma casinha; atravessamos o campo florido e fomos parar em uma estradinha que conduzia até a casa, mamãe percebeu a minha confusão.

“É, poderíamos ter vindo por aqui, se não fosse o acidente com o Clemente, o Senhor Jaime cortou caminho por aquela estradinha e pela floresta, porque se ele viesse por aqui ia dar muita volta. E desta forma nós pudemos chegar mais rápido.”

“Ah ta... hum... não era para estarmos em Kenora?

“Vamos ficar por aqui por um tempo até que as coisas esfriem, e até que eles nos esqueçam e assim possamos viajar de trem tranquilamente.”

Nem respondi no momento, deixei pra ter esta conversa depois.

O campo florido já havia sido deixado para trás e agora o que eu via era uma completa Fazenda, com casarão, e com curral e todas essas coisas de Fazenda, eu nunca quis saber muito sobre a vida no campo, minha vida era na cidade pra que saber essas coisas.

O casarão era enorme e branca e havia uma grande escadaria na frente dela e tinha muitas janelinhas também, logo então eu e minha mãe entramos.

Quando entrei na sala vi muitas pessoas, além da família que nos deu carona, tinha uma mulher baixa e gordinha com os cabelos brancos e enormes, ela parecia ter um 70 anos; tinha também outra mulher mais alta, esbelta, e morena, tinha seus cabelos lisos e escorridos, seus olhos eram bem negros e seu sorriso era tão amigável quanto ao de Agustina, havia mais um homem bem parrudo e invocado, seus olhos eram castanhos e seu cabelo na altura dos ombros, como era de costume da época; havia três moças todas elas lindas as três se pareciam bastante, tinham os cabelos cumpridos até as costas e eram louras num tom meio escuro, elas tinham o nariz arrebitado e a maior que parecia ter uns 15 anos, tinha os olhos pretos; a do meio parecia ter uns 11 anos tinha os olhos verdes e a pequena parecia ter uns 6 anos, tinha os olhos castanhos claros.

Havia também garotos, quatro; tinha um que deveria ter uns 4 anos, era a coisa a mais fofa, bochechudo, gordinho, as suas maçãs do rosto vermelhinhas e seus olhinhos era caramelo. O outro maior deveria ter uns 8 anos, era mais magrinho e tinha os olhos bem pretos e seu narizinho era meio pontudinho, mas ele tinha cara de sapeca. O outro devia ter uns 13 anos, ele era bonitinho, tinha os olhos azuis e tinha o nariz de batata, e os cabelos na altura da nuca e também ele era mais alto do que eu. E o ultimo parecia ser o mais velho de todos, devia ter uns 20 anos, ele era bem parecido com os outros, exceto em sua sobrancelha ser enorme, todos eles usavam suspensório o que era muito usado na época.

Quando entramos todos que estavam falando pararam para nos olhar; e eu fiquei vermelha de vergonha.

Mamãe começou então, “...bem se vamos ficar então preciso saber o nome de todos pelo menos”.

Eu não acreditei quando ouvi ela dizer ‘se vamos ficar’ não é possível! Fiz uma carranca. Mas ela continuou “sou Lucinda Hill Taylor e esta é minha filha Lívia Hill Taylor” e sorriu olhando para mim, ai ela viu minha cara e me cutucou fala alguma coisa Líli.

E eu olhei brava para ela, mas eu era ciente, de que todos estavam olhando para mim, então recompus em um meio sorriso “Hey tudo bem? eu quero saber o nome de vocês também.

Eles me encararam mais um pouco, e depois todos deram risada, e eu também dei; a Mulher esbelta era a Carmen, casada com o parrudo que é Senhor Carlos, a mulher idosa era mãe do Carlos a Dona Djalma, e as crianças eram o Victor de 4 anos, a Natalie de 6 anos e o Francisco de 8 anos; depois tinha a Isabela de 11 anos, o Tales de 13 anos, a Rebeca de 15 anos e o Sayllor de 20. E por incrível que pareça eu acertei a idade de todos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Capitulo1 - Vamos embora?


Amanheceu, abri meus olhos, levantei de minha cama, havia vozes na cozinha, de certo minha mãe cantarolando enquanto fazia seu café, fui até a janela empurrando as cortinas para ver o dia, e lá estava ele como uma típica manhã de 1.906, mas estava mais brilhante que os outros dias, eu fiquei alguns minutos observando.
"Lívia venha tomar café, não podemos nos atrasar hoje para não perdermos o bonde, anda menina!”. -Eu estava tão distraída que dei até um pulo pra trás.
"Está bem mamãe, está bem, estarei pronta em um minuto esta bem?!"
"Pode ser, mas se apronte bem arrumada, pois queremos passar uma boa impressão"
"Esta bem mamãe!"
- Eu e mamãe éramos sozinhas no mundo desde que meu Papai faleceu a uns 11 anos, mas agora estava muito difícil a vida, tivemos que hipotecar a casa e agora íamos ao banco pedir por mais um prazo, tínhamos uma grande soma de dinheiro quando Papai ainda era vivo, mas tudo o que tínhamos, gastamos para nos alimentar,viver e manter alguma aparência na sociedade, mas agora estávamos pobres; mamãe num surto de medo, até cogitou a possibilidade de ir lavar roupas pra fora ou ser faxineira ou algo assim, eu queria ajudá-la mas ela jamais deixaria.
Fui até jarro de água para lavar o rosto e depois dei uma olhada no espelho, meu cabelo estava ótimo, fui até o guarda-roupa e peguei meu vestido creme com rendas e coloquei uma sandalinha marrom; desci correndo as escadas e quando cheguei à cozinha, havia apenas café, meu estômago no mesmo instante roncou como se estivesse sido desiludido, ai mamãe apareceu toda pronta para irmos; ela estava vestida com um vestido marrom e estava com um chapéu combinando, estava linda, minha mamãe não aparentava a idade que tinha, sempre parecia jovem.
"Querida não temos mais nada, o dono da venda não está mais aceitando fiado e eu não sei mais o que farei!... desculpe-me."
"Ow... mamãe não, não precisa, eu, eu nem estou com fome ainda sabe..."
“A filha, você é a filha mais linda do mundo sabia, agora tome pelo menos um pouco de café ok!?"
Dei um meio sorriso, "Ta” e fui tomar meu café.
Logo depois minha mãe me agarrou-me pela mão me conduzindo o quanto antes para irmos embora, ao sair ainda dei mais uma olhada para o céu e estava belo; mamãe estava muito apressada subiu no primeiro bonde que passou e quase que ela se esquece de mim, subi no bonde, mas havia muitas pessoas lá estava meio apertado, a maioria eram homens velhos e jovens, eu vi dois meninos vestidos com o uniforme de uma escola, só meninos iam á escola, meninas ricas tinham aulas particulares, meninas pobres não tinham instrução nenhuma, eu tive aulas até meus 10 anos e depois não deu mais para mamãe pagar, eram as aulas ou a comida, mas pelo menos sei ler e escrever, mas mamãe não sabia. Alguns homens que ali estavam, até tinham boa aparência, será que mamãe nunca encontraria mais ninguém?Bem pelo menos não no bonde.
Mamãe agarrou minha mão novamente “vamos é aqui”
Eu relutei contra a mão dela “não sou mais um bebê eu já tenho 14 anos mamãe”.
Ela sorriu “Me desculpe minha pequena grande mulher”, mas continuou agarrada em mim. Assim ela me conduziu até o Banco, e lá tínhamos hora marcada, mas mesmo assim nós tivemos que esperar cerca uma hora eu acho. Fomos atendidas por um velho amigo do meu falecido Pai, Agnaldo, mas ele não foi muito bondoso conosco.
“Senhora Lucinda seu imóvel vai a leilão dentro de um mês e isso irrevogável visto que vocês devem muitas vezes mais do que vocês tem”. Minha mãe fez uma cara de horrorizada.
“Estarei aqui para o que precisarem senhora Lucinda, por favor, contem comigo” e isso me fez pensar que Agnaldo de fato, não era tão ruim.
“Ok Senhor Agnaldo, muito obrigada por tudo, um bom dia para o senhor” mamãe respondeu com um ar de que estava ganhando na Loto, eu não entendi na hora, olhei para ela confusamente. “Líli agradeça ao senhor Agnaldo”
Olhei para ele rancorosa, e disse secamente “Obrigada, senhor Agnaldo, minhas recomendações!”
Agnaldo com um largo sorriso, não tirando os olhos minha mãe, “Serão ditas, bom dia para vocês”
Mãe me agarrou novamente “Vamos”, e deu sua ultima olhada sorridente para o senhor Agnaldo, então saímos do banco, caminhamos, até que achei estranho entramos num curto beco no canto da rua, mamãe sentou no chão e começou a chorar compulsivamente.
Olhei para ela assustada, mas em um segundo entendi tudo, era tudo fingimento da parte dela para com senhor Agnaldo, ela não iria dar o braço a torcer, ela não iria mostrar o quanto foi abalada por tudo isso, mas para mim não tinha porque esses segredos, então ela desabou, não pude falar nada nesse momento para consolá-la.
“Filha nós não temos mais nada, ta tudo acabado, não temos para onde ir, não há meios de conseguirmos superar isso”.
Consegui pensar em algo e disse confiantemente “Mamãe vamos superar!” Mamãe olhou para mim com olhos vermelhos e tristes, mas agora havia pelo menos um brilho diferente; o brilho da esperança e da fé.
Então ela balançou a cabeça “vamos embora daqui!”
Olhei para ela meio que com dúvidas “vamos embora?”
“Sim vamos” levantou-se e me agarrou e então voltamos para casa.
Ao chegarmos ela olhou para todas as coisas que tínhamos “venderemos todos os móveis!”
Fiquei chocada e gaguejei “Toododos?!”
“Sim”
“Mas o banco pode tomar depois o dinheiro não pode?”
“Não se agirmos com cautela” ela falava com fascínio nos olhos. E eu não entendi nada, por que ela faria isso com o resto que nos restava? Pra quem ela venderia? Não havia sentido. “Filha nós vamos recomeçar”.
“A mamãe isso explica muito” eu disse com sarcasmo.
“Quando eu disse que vamos embora, eu falei serio, vamos sair da cidade, do estado e até quem sabe, do País!”
Ri-me “Acho que do País é um pouco mais caro que os nossos móveis e acessórios.”
“Líli deixe de deboche e me ouça, vamos sim e vamos fazer uma nova vida aonde quer que seja.” Seus olhos irradiavam sua determinação.
“Sim Senhora, Dona Lucinda Hill Taylor” eu disse com entusiasmo.
“Humm... vou parar de usar o Taylor quando nós mudarmos” ela disse pensativa.
“Mas Mãe é o sobrenome que era do papai!” eu fiquei meio espantada, e meio aborrecida.
“Filha você mal o conheceu, você tinha apenas 3 anos, ele era maravilhoso, mas chegou a hora da mamãe encontrar outro pa..”
Não a deixei terminar “Não, não, não, você não precisa ter essa conversa comigo, eu entendi o que tu quiseste dizer com parar de usar o sobrenome Taylor e aceitarei muito bem outro homem aqui em casa, até por que eu adoraria ter um pai; essa nossa nova vida vai ser linda mãe, pode acreditar” e sorri e ela estava com lágrimas nos olhos, e então nos abraçamos, com um carinho fraternal de mãe e filha. “amo-te muito mamãe, vai dar tudo certo” só ouvi seus soluços.
“Também a amo muito e você não imagina o quanto”. Depois de uns três minutos abraçadas, nós olhamos uma para cara da outra e falamos juntas “vamos começar” e seguiu uma longa e suave gargalhada de nossa parte.
Arrumamos tudo e colocamos tudo no quarto de hóspedes e então minha mãe saiu para vender as coisas para os vizinhos, amigos, conhecidos. Eu fiquei em casa pensando em como seria essa nossa nova vida, quem mamãe encontraria para ser meu pai..padrasto, será que eles iriam ter outros filhos? Será que ele já terá filhos? Meu Deus! Melhor nem pensar mais nisso, então voltei a minha atenção nas recordações que estavam prestes a serem vendidas, como minhas sapatilhas de Balé, minhas bonecas de porcelana, minhas almofadas, meus livros... Aí não! melhor parar de pensar nisso também. Mas lembrei de que meu aniversário estaria chegando, não que eu fosse querer presentes ou algo assim, na verdade eu e minha mãe nunca fomos ligadas a datas comemorativas, mas lembrei mais do fato de eu estar ficando mais velha, e isso me alegrou afinal 15 anos já não se é considerado mais criança, mas estava meio longinho ainda, faltavam mais ou menos uns 20 dias, seria no dia 8 de Agosto.
Então finalmente mamãe chegou, já estava escurecendo; tinha mais três pessoas com ela, duas mulheres e um homem, eles entraram e eu parecia que não existia, será que ninguém me viu? Ou não quiseram me cumprimentar mesmo?.
As mulheres eram bem parecidas, elas tinham os cabelos lisos e as duas com mesmo tom louro opaco; e uma delas tinha um nariz meio desproporcional e a outra um sorriso meio torto, mas mesmo assim eram bonitas; o homem era alto e meio gordo, tinha os olhos caídos e o rosto bochechudo, seus olhos eram verdes, mas ele era estranho demais, e ele só ficava próximo da moça de nariz torto, presumi que fosse sua esposa, ambos usavam aliança nos dedos. Então eles foram até o quarto de hóspedes e o homem gordo pegou duas caixas e as levou para fora de casa. Eu nem quis ver mais nada fui para meu quarto que agora estava vazio, só com minha cama, deitei nela e do mesmo jeito que estava eu dormi.
Só fui acordar no outro dia com minha mãe gritando no pé de minha cama.
“Acorda Lívia já são quase meio dia, Lívia você esta bem? Lívia porque você não acorda? Será que eu terei de jogar água em você para que acorde? Tem um monte de gente aqui você tem que acordar para me ajudar!
Assustada com seus berros eu olhei para ela “Porque eu dormi tanto meu Deus?!, me desculpe mãe já irei lhe ajudar a vender nossas coisas” E o dia passou voando, muito trabalho e muito cansaço. E isso se perdurou pelo resto da semana.